José Zanine Caldas

José Zanine Caldas (Belmonte BA), 25 Abril de 1919 — Vitoria-ES, 20 de Dezembro de 2001 foi um paisagista, maquetista, escultor, moveleiro e arquiteto autodidata, além de também atuar como professor no Brasil e no exterior. Por seu talento incomum foi reconhecido como Mestre da Madeira. Seu trabalho promoveu a integração do artesanato tradicional brasileiro e do modernismo de forma singular.

Biografia

José Zanine Caldas, ou simplesmente Zanine, um baiano, nascido em Belmonte em 1919. Desde criança era apaixonado por obras e serrarias. Filho de médico, com 13 anos começou a fazer presépios de Natal para os vizinhos usando caixas de seringa do pai, feitas de papelão. Mais tarde, fez aulas de desenho com um professor particular e, aos dezoito anos, foi para São Paulo, trabalhar como desenhista na Severo & Villares. Por volta de 1941, criou a oficina Maquete Studio, no Rio de Janeiro. Da oficina de Zanine saíram os protótipos de projetos assinados por nomes como Lúcio Costa, Oswaldo Arthur Bratke e Oscar Niemeyer, grandes arquitetos brasileiros do século XX. Do ofício de criar maquetes veio o conhecimento, do seu amor pela natureza e, principalmente pela madeira, nasceram obras de arquitetura, esculturas e móveis que até hoje são inimitáveis. Nos anos 50 e 60, introduziu no mercado mobiliário a sua linha popular, feita de compensado naval, conhecida como “Móveis Artísticos Z”.

No início dos anos 60, tornou-se responsável pelo setor de maquetes do curso de arquitetura da Universidade de Brasília, cidade onde projetou e construiu suas primeiras casas já com uso abundante de madeira.

No final dos anos 60 construiu dezenas de casas numa região não explorada no Rio de Janeiro que se transformou num bairro que hoje é uma das áreas mais valorizadas da cidade.

A partir de 1968 usou raízes de árvores mortas pelo desmatamento para cadeiras, mesas, bancos e poltronas. Foi um pioneiro em matéria de sustentabilidade.

Em 1980, fundou o Centro de Desenvolvimento das Aplicações da Madeira (DAM), um núcleo de estímulo à pesquisa sobre o uso das madeiras brasileiras na construção civil. Seu principal objetivo era evitar a crescente destruição das florestas no país.

Sem nunca ter frequentado uma faculdade de Arquitetura, foi percussor de um estilo arquitetônico integrado à natureza e ao clima do Brasil e reconhecido pelos maiores e mais importantes arquitetos como o mais brasileiro dos arquitetos.

Os franceses reconheceram seu talento antes do Brasil. Em 1990, foi convidado para participar do festival d’Automne em Paris, com uma exposição individual no Musée d’Arts Décoratifs do Louvre, chamada “ Zanine, L’architecte et la forêt” (Zanine, o arquiteto e a floresta). Ao mesmo tempo acontecia uma exposição de Picasso. E, para surpresa de tantos, a exposição de Zanine recebeu mais público do que a do já consagrado pintor.

Em 1991 recebeu a Médaille d’argent de l’Architecture da Academie d’Architecture de Paris. Em 1991, no Brasil, finalmente foi homenageado e reconhecido como arquiteto no XIII Congresso Brasileiro de Arquitetos.

INSTITUTO JOSÉ ZANINE CALDAS © COPYRIGHT | RIO DE JANEIRO – BRASIL
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